quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Eu, João, James e Liliput.

04 Outubro 2005
(foto by Mg - Monstro mega trash de Sagatiba in action)

Eu não assisti James and the Giant Peach, mas tenho muita aflição quando pronuncio isso.
Lembro do James em cima daquele pêssego gigante. Nossa! É demais pra ele! O que alguém tão pequeno quer com o pêssego tão grande?
A mesma aflição que tenho quando vejo o João subindo pelo pé de feijão, tão alto, tão alto, vendo sua casa minúscula lá em baixo e depois se deparando com o fenomenal castelo do gigante. História confusa pra mim, que até hoje não sei direito o que o João foi fazer lá. Lembro que ele tinha alguma coisa pra resgatar e conseguiu. Mas o que importa? Importa que João encarou o gigante e se deu bem, mesmo com todos os sustos.
E Liliput é o contrário disso tudo. A linda e pacata cidade dos pequenos é invadida por Gulliver. Pobre Gulliver rende-se aos bravos pequeninos e tudo acaba bem.
Coisas enormes para pequenas criaturas. Sonhos gigantes para pequenas mentes. Passos gigantes para pequenas pernas. Perdas gigantes para pequenos corações. Meia volta sinto-me como um João James de Liliput. Dou um grande passo com pernas que sinto que não vão alcançar o outro lado do rio. Por milagre, ou por treinamento, elas alcançam e eu me surpreendo derrotando Gulliver. Mas mesmo assim, a ansiedade e o medo antes de tentar são maiores que o Gigante do castelo. Outras vezes estou feliz em Liliput e sinto a terra tremer com os passos que se aproximam! Tremo de medo de enfrentá-lo, mas não há como escapar. Preciso de cordas e estacas. Mais cordas, mais estacas. Preciso render o Gigante que invade a minha vidinha pacata e esperar que ele acorde, para que eu diga a ele que é prisioneiro da maior grande mulher do universo de Mercedes!
Parece que disso é feita a vida: Invasões e gigantes. Infinitos pés de feijão para escalar e castelos assombrosos para conquistar. A chave é sempre maior do que o corpo consegue carregar, mas com jeito e inteligência acha-se um jeito de abrir o cadeado que trancava o baú onde o gigante guarda o que é para ser regatado.
Faço loucuras de contos de fadas. Sonho com gigantes rendidos e janelas por onde Peter Pan vai chegar. Às vezes subo no meu cavalo branco e percorro estradas de nuvens para beijar meu amado adormecido, conquistar territórios, lutar batalhas contra moinhos de vento, vencer cyclops e outros titãs. Às vezes sou Zeus, Diana, Afrodite, Cinderela, Lady Marion, Morgana, Lancelot. Quase sempre Julieta. Mas sempre vencendo gigantes. Devorando o giant peach.

Bom dia, estrelas do meu dia.

3 comentários:

Anônimo disse...

Pro Peter Pan é só deixar a janela aberta. Quando eu era criança, sempre deixava. Quando eu cresci, ele entrou. Ao invés de me levar pra NeverLand, ficou por aqui... dando palpite nas coisas!

Tito Iubel 04.10.2005

Anônimo disse...

Devorando um pêssego-monstro há muito tempo. Encontrei uns bichinhos nele (ninguém me avisou que era só na goiaba... tive que descobrir sozinho), mas me livrei rapidão. Daqui a pouco acho que termino.
Te aviso antes do grande arroto.

Rodrigo Batista 04.10.2005

Anônimo disse...

Nossa...nossa...nossaaaaaa...deu um nó na minha mente agora!!!hahahahahahahhahahaha
Querida...dias ruins pra pensar!!!
Nada de cordas...estacas...vá e mate o gigante!!!
Beijos!!!


Marilia Lopes 04.10.2005